segunda-feira, 23 de novembro de 2009

Acusação desmonta tese da defesa

Concluída a fase dos depoimentos, no meio da tarde teve início o debate entre a acusação e a defesa. Com base nas provas obtidas na cena do crime, a promotora Raquel Caldas reconstituiu todo o ardil do fazendeiro que resultou a morte do médico Fábio Henrique. O fazendeiro Flávio Parente Macedo chegou à casa da enfermeira Rosineide Martins da Silva de motocicleta, e a escondeu em matagal próximo. Entrou na casa, situada no condomínio Ville de Montagne, no Lago Sul, e se escondeu debaixo da cama do casal. E ali esperou por horas Rosineide chegar acompanhada do médico Fábio Henrique e da sua filha de 15 anos. Cometeu um pequeno deslize, deixou o capacete do motociclista sobre a mesa da sala.
Ao chegar em casa Rosineide e Fábio viram o capacete e tiveram a certeza que o fazendeiro estava ou esteve na casa. Procuraram e não se deram conta que Flávio estava debaixo da cama. Mais calmos, Rosineide e Fábio sentaram-se no sofá da sala para ver televisão. Foi nesse momento que o fazendeiro Flávio Macedo apareceu armado com um revólver calibre 38 e um pedaço de madeira, semelhante a um taco de beisebol, com o qual acertou a cabeça do médico.
Mesmo ferido, Fábio tentou reagir, mas foi contido com o primeiro tiro e, em seguida, com o segundo disparo à queima roupa. Mas com o segundo tiro, o fazendeiro machucou a mão na arma. De acordo com a perícia, dois tipos sanguíneos foram identificados na rouba da vítima: um era o do médico e o outro do fazendeiro. Aliás, o sangue da cabeça do médico estava espalhado por toda a casa. A violência da pancada que recebeu na cabeça fez o sangue espirrar até o teto e atingir as outras vítimas. De acordo com a perícia, o médico levou a primeira pancada na cabeça quando ainda estava sentado. Essa foi uma outra estratégia do fazendeiro. Fábio era mais alto e jovem. Não fosse dessa forma, ele não seria imbolizado com facilidade e o plano de executá-lo poderia ser frustrado.
O sangue do fazendeiro também foi encontrado no sutiã da adolescente. A peça de roupa estava totalmente quebrada, provando que ele usou de violência para despir a jovem.
Sob ameaça, Rosineide e sua filha foram obrigadas a colocar o corpo do médico no porta-malas do carro da enfermeira. Junto com o corpo a polícia achou uma bolsa do fazendeiro onde havia corda e cadarço de sapatos. Os policiais concluíram que o fazendeiro usaria esses apetrechos para amarrar as duas.
 
 
Informações, diretamente do Tribunal do Júri do Paranoá, repassadas ao blog pela estudante de jornalismo Camilla Machuy, estagiária na Subsecretaria de Proteção às Vítimas de Violência

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