quarta-feira, 15 de julho de 2009

Tragédia na entrequadra

Fonte: Correio Braziliense - edição de 15/07/2009


Eram 9,30 de ontem quando a dona de casa Nilva de Almeida Ribeiro, 53 anos, saiu do apartamento onde morava, no Bloco J da 214 Sul, para comprar remédios para a mãe no comércio local da 213 Sul. O favor não pôde ser concluído por causa de uma tragédia.

Um Corsa Sedan placa JIH-5786-DF, que vinha do Eixo L e entrava na comercial da entrequadra, atropelou-a. Ela morreu na hora, a aproximadamente 200m do local onde vivia com o marido e dois filhos.

Os comerciantes das lojas próximas à cena do acidente ouviram o barulho da freada e correram para ver o ocorrido. Nilva faleceu em frente a uma funerária. Uma das atendentes da loja chegou a medir a pulsação da vítima enquanto chamava os bombeiros.

“Encostei dois dedos no pescoço dela para saber se ela estava viva. Mas a mulher deu um suspiro profundo e não apresentou mais nenhum sinal vital. Os bombeiros chegaram em 15 minutos”, relata Jéssica Natália de Oliveira, 18 anos.

Nilva deixa dois filhos adolescentes: Fabrício Ribeiro, 17 anos – o primeiro a chegar ao local do acidente –, e Fabriciane Ribeiro, 14. O viúvo é um sargento da Aeronáutica.

Nilva era conhecida entre os vizinhos como uma pessoa simpática, que passeava com os cachorros na área verde do bloco diariamente. “Ela tratava todo mundo igual, tanto os empregados quanto os moradores. É raro encontrar alguém assim”, diz Luiz Vieira, 38 anos, porteiro do prédio onde Nilva morava.

A dona de casa Onéia Bastista Santos, 49 anos, também esposa de um militar, conduzia o veículo no momento da fatalidade. A motorista foi levada pelos bombeiros ao Hospital de Base, em estado de choque. Ela deve responder por homicídio culposo.

A condutora será encaminhada para a 1ª Delegacia de Polícia (Asa Sul), para prestar depoimento, assim que a situação emocional dela se estabilizar. “Só a perícia vai dizer a causa da morte, mas, aparentemente, a motorista não estava acima da velocidade da via, 60km/h”, informou o tenente Thiago Borges, que atendeu a ocorrência. Nilva atravessava a pista fora da faixa de pedestres.

Onéia mora na 413 Sul e voltava da academia, segundo o cunhado dela José de Souza, 66 anos. O parente relatou que ela teve um princípio de acidente vascular cerebral, por causa do estado nervoso, e está em observação no Hospital de Base do Distrito Federal.

“Ela dirige há 15 anos e não costumava tomar multas”, garante José. Acidentes com vítimas fatais não são comuns nas comerciais da Asa Sul porque a velocidade permitida nessas vias é reduzida.

No entanto, de 2002 a abril deste ano, foram oito mortes em acidentes diversos nessas ruas. Nilva é a primeira vítima fatal registrada em 2009 em quadras comerciais.

Nenhum comentário :

Postar um comentário