sábado, 11 de julho de 2009

Armas matam 33 mil pessoas por ano no Brasil

O Dia Internacional de Destruição de Armas, comemorado em 9 de julho, traz à tona um dos temas centrais para a redução da violência. Instituída em 2001 pelas Nações Unidas, a data fecha a Semana de Ação Global contra a Violência Armada, quando a sociedade civil organiza ações para divulgar e exigir a criação de um Tratado Global de Armas. Atualmente, mais de 600 milhões de armas de fogo circulam em todo o mundo e são responsáveis pela morte de 740 mil pessoas por ano. No Brasil, elas causam a morte de mais de 33 mil pessoas a cada ano.

Segundo a Control Arms - campanha formada pela Oxfam, Iansa e Anistia Internacional -, existe uma arma para cada dez pessoas do planeta. Uma média de 800 mil armas de fogo são destruídas todos os anos, mas o problema avança: para cada arma destruída no mundo, outras dez são fabricadas.

No Brasil, quase 500 mil armas foram recolhidas e destruídas na Campanha de Desarmamento realizada pelo governo federal entre 2004 e 2005. "Destruir os excedentes de armas, restringir o seu uso por civis, dificultando a sua fácil obtenção e o seu uso indevido, ao mesmo tempo que combater com rigor a criminalidade, devem ser prioridades de uma política séria de pacificação do Rio de Janeiro", defende Antônio Rangel Bandeira, coordenador do Projeto de Controle de Armas do Viva Rio. Em 2001, durante a campanha Rio sem Armas, foram destruídas 100 mil armas de fogo.

Graças à entrada em vigor do Estatuto do Desarmamento, em dezembro de 2003, e à campanha do desarmamento, o número de mortes por armas de fogo caiu 12%, de acordo com dados do Ministério da Saúde, representando mais de cinco mil vidas salvas. No entanto, 17 milhões de armas de fogo continuam em circulação no Brasil, 90% delas nas mãos da sociedade e 50% na ilegalidade.

Apesar de se tratar de uma das regiões mais afetadas pela violência armada do mundo (sem levar em consideração países em guerra), a América Latina é a região líder na implementação de medidas para um maior controle de armas, tanto em escala nacional como regional. Mesmo assim, de acordo com o Small Arms Survey, mais de 40% dos homicídios com armas de fogo ocorrem nessa região.

"Uma das pessoas que, nos últimos anos, mais trabalhou por um melhor controle de armas de fogo no Brasil, na América Latina e no mundo foi o pesquisador do Viva Rio Pablo Dreyfus, que, junto com sua esposa Ana Carolina, também pesquisadora do Viva Rio, estava no voo AF 447 da Air France. "Uma perda irreparável, inconsolável, para o controle de armas e para a humanidade", comentou Daniel Luz, pesquisador do Projeto de Controle de Armas do Viva Rio.


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