segunda-feira, 8 de fevereiro de 2010

Justiça para Pedro Davison


Justiça! Justiça! Justiça para Pedro Davison! Em meio a palavras de ordem e apelos pelo fim da impunidade dos que matam no trânsito, dezenas de pessoas, entre elas familiares e amigos, atraíram, na manhã de domingo, a atenção dos frequentadores do Parque da Cidade para o julgamento do contador Leonardo Luiz da Costa, acusado de homicídio doloso, pelo atropelamento e morte do ciclista e biólogo Pedro Davison (foto), na noite de 19 de agosto de 2006. A tragédia ocorreu na faixa central do Eixão (proibida ao tráfego de veículos), na altura da 114 Sul. O contador não socorreu a vítima e foi detido em uma blitz policial. De acordo com o boletim de ocorrência, Leonardo da Costa havia consumido bebida alcoólica e dirigia com a habilitação vencida. Levado à delegacia, foi liberado depois de pagar fiança de R$ 2 mil. Para a subscretária de Proteção às Vítimas de Violência, Valéria de Velasco, ao dirigir embriagado, em alta velocidade e trafegar em espaço proibido, motorista tinha consciência do risco de matar. Assim, a morte de Pedro Davison não foi resultado de um acidente de trânsito.

O julgamento ocorrerá quinta-feira, a partir das 9h, no Tribunal de Justiça do DF. "O que eu quero é justiça e a condenação do réu pelo crime, que não foi uma fatalidade. Não podemos aceitar que essas pessoas permaneçam sem punição”, disse o pai de Pedro, o economista Pérsio Davison, 62 anos.
Ele fez um apelo para que os ciclistas, amigos, familiares de vítimas de violência e e todas as pessoas contrárias à impunidade participem, quinta-feira próxima, às 7h, do ato público diante do Tribunal de Justiça do DF. O intuito é sensibilizar o juiz e os jurados para que deem mais um exemplo à cidade e ao país de que a violência no trânsito é crime, principalmente quando resulta em morte.
Pérsio lembrou que seu filho, Pedro Davison, era recém-formado em biologia, ciclista e ativista das questões ambientais. "Para o júri popular é importante a presença do máximo de ciclistas possíveis, mostrando, com clareza, a necessidade de serem respeitados no trânsito", disse Pérsio.

Pedro Gonçalves
Entre os participantes da manifestação, Franklin Corrêa, pai do adolescente Pedro Gonçalves, 16 anos, morto quando atravessava a W3 Sul, na altura da 512 Sul, rumo ao Colégio Setor Oeste. Pedro foi atropelado pelo universitário Bruno Moraes Dantas, 21 anos, que ignorou o sinal vermelho e seguiu adiante, deixando morto o adolescente. Pouco mais de duas horas depois, o universitário, que dirigia embrigado, foi localizado pela polícia domingo em casa. Quarta-feira (10/2) o Tribunal de Justiça do DF realiza a primeira audiência sobre o caso. Testemunhas de defesa e acusação serão ouvidas. Caberá ao juiz decidir se Bruno Dantas, com passagem pela polícia, enfrentará o Júri Popular por homicídio doloso, como sugere o inquérito policial.

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