segunda-feira, 14 de junho de 2010

Assassino de gerente no banco dos réus

Começou na manhã de hoje pelo Tribunal do Júri de Brasília o julgamento do vigilante Marcelo Rodrigues Moreira, 33 anos, assassino confesso da gerente do restaurante Fulô do Sertão, Ana Paula Mendes de Moura, 33 anos, sua ex-companheira. O crime ocorreu em 15 de dezembro de 2008. O vigilante invadiu o restaurante, no horário do almoço, e matou a facadas Ana Paula, que não teve nenhuma chance de defesa. O vigilante ainda tentou fugir, mais foi alcançado pelos funcionários do restaurante e autuado em flagrante pelos agentes da 2ª Delegacia de Polícia (Asa Norte). Marcelo Moreira está sendo julgado por homicídio duplamente qualificado.

Pela primeira vez, a Subsecretária de Proteção às Vítimas de Violência, órgão da Secretaria de Justiça, Direitos Humanos e Cidadania (Sejus), atuará como assistente de acusação. O Pró-Vítima será representado pela assessora jurídica e advogada Iara Lobo de Figueiredo. Em entrevista ao jornalista Guilherme Goulart, publicada neste domingo (13/6), pelo jornal Correio Braziliense, Iara afirmou Marcelo Moreira “em nenhum momento esteve preocupado com a família ou com uma mãe de três filhos. Sempre esteve mais preocupado com a vida dele, mesmo depois do crime”.

Ana Paula deixou três filhos adolescentes ― Guilherme, 11 anos, Brenda, 16, e Thaís, 17. Além deles, ela cuidava da mãe, Marli, 75 anos, vítima de um acidente vascular cerebral e, hoje, presa a uma cadeira de rodas. Depois do assassinato da filha, dona Marli piorou ainda mais da frágil saúde.

Dezenas de pessoas testemunharam o ataque de Marcelo contra Ana Paula. Entre elas, a subsecretária da Pró-Vítima, a jornalista Valéria Velasco. Marcelo invadiu o local vestido com um paletó escuro, puxou um facão e seguiu em direção à ex-mulher. Ana Paula estava no caixa. Percebeu a chegada de Marcelo, correu para o banheiro, mas o encontrou fechado. Em seguida, recebeu pelas costas a facada que lhe tirou a vida.

O relacionamento de Ana Paula e Marcelo Moreira foi muito conturbado. Ele se revelou um homem agressivo e violento. Durante os oito anos de convivência, ela tentou a separação. Em 2002, formalizou as primeiras denúncias contra o companheiro por lesão corporal e perturbação da tranquilidade. Em 2007, mais uma vez recorreu à polícia e denunciou Marcelo por perturbação. No ano a seguinte, Ana Paula foi à polícia por causa das ameaças e ofensas de Marcelo. Por fim, conseguiu uma ordem judicial que obrigava o vigilante a se manter afastado por pelo menos 200 metros. Mas nenhuma providência evitou a tragédia.

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